sábado, 28 de maio de 2011

O Silêncio

                  
                       (1799-1801 de Füssli) – Suiça
                  Representante do Romantismo Inglês



O Silêncio !


O dia é como a noite,

E na escuridão da rua,

A lua passeia nua,

Na solidão que se avizinha,

Cansada...

De acompanhada, andar sozinha.

E risos viraram choro,

Na platéia do mundo,

No picadeiro em côro

Palhaços pedem socorro!

Do lado de fora da vida,

Em volta de um corpo encurvado,

No silêncio dos rejeitados, dos esfomeados,

Dos esfarrapados,dos injustiçados,

O recomeço.

A lua passeia nua,

Na solidão que se avizinha,

Cansada...

De acompanhada, andar sozinha.

Testemunha de amores e desamores,

De beijos roubados e corpos assassinados.

Sente pena daquele que enxerga e não vê,

Vestida de trapos,

A realidade crua,

Sonho em farrapos,

De quem vive na rua!

E no princípio do prólogo,

Um murmúrio, um monólogo

De uma mente demente

Que procura e encontra,

O beijo molhado,

Que a boca já sente,

Corpos sedentos se unem e separam,

Num último lampejo,

De puro desejo!

Sanidade é loucura,

No grito alucinado,

No gesto de doçura,

No perfume do jasmim,

No dia que se fez noite,

Silêncio, enfim!

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